Conheça a tradutora de Jack, O Saltador

Obra está disponível para compra no formato e-book na Amazon

Imagine uma figura com habilidades de salto invejáveis, uma identidade secreta e que apavora aqueles que cruzam o seu caminho. Essa figura é Jack, O Saltador e que Rochele da Silva, por meio do seu trabalho de tradução do texto de Alfred Coates, trouxe até nós.

Essa figura misteriosa já pertence ao imaginário inglês desde o início do século XIX, período em que houve muitos relatos de supostos avistamentos de Jack em Londres, mas no Brasil ainda é pouco conhecida. Por isso, o Grupo Editorial Salto Grande buscou resgatar essa lenda e lançou, exclusivamente em formato e-book, a obra Jack, O Saltador. A tradução foi feita com muita atenção aos detalhes e buscou-se entregar para o leitor o texto mais fiel possível ao original.

Rochele da Silva é graduada em Letras Português/ Inglês pela Furb (Universidade Regional de Blumenau) e conta com um mestrado em Estudos da Tradução pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Em sua pesquisa de mestrado, estudou a literatura Penny Dreadful e o personagem Jack, o Saltador. Atualmente é doutoranda, também pela UFSC, e estuda a relação entre as adaptações literárias para o cinema e o mercado editorial brasileiro.

Você já estava familiarizada com a escrita de Alfred Coates? Ou foi uma experiência totalmente nova?

Não, foi uma experiência completamente nova. Jack foi um feliz acaso na minha vida. Eu estava navegando pelo Instagram quando de repente apareceu uma das ilustrações que compõem o texto de partida, Spring Heel’d Jack— The Terror of London (1867). Eu sigo uma página que compartilha ilustrações de livros antigos e vez ou outra aparecem coisas muito interessantes. A figura de Jack chamou muito minha atenção. Fui pesquisar que personagem curioso era aquele e me deparei com os penny dreadfuls e toda sua história.

 Teve algum trecho do texto original que, na sua opinião, se destacou?

Eu gostei muito do diálogo final entre Jack e os dois homens que o perseguiam no capítulo III, “A vingança de Jack, o Saltador”. Acho que o sarcasmo que Jack utiliza frente ao terror daqueles homens dá o tom da obra, que é essa comicidade ingênua e divertida com um fundo de mistério.

Rochele trabalhando em casa na preparação da tradução do livro Jack, O Saltador

Qual foi a parte mais desafiadora no processo da tradução?

Eu diria que foi a de contar uma história do século XIX de forma que pudesse ser interessante e compreensível tendo como público-alvo o leitor juvenil e ao mesmo tempo preservar o estilo gótico vitoriano que compõe a obra.

Fale um pouco sobre Jack, O Saltador. Quem é esse personagem? Quando surgiu? Qual a razão para lermos hoje em dia?

Jack, o Saltador era um personagem presente no imaginário londrino do século XIX. Ele primeiramente surgiu no que nós brasileiros chamamos de “causos”, ou seja, relatos de fundo sobrenatural em que há uma vítima e um ser misterioso que a ataca e, posteriormente, ele adentra o mundo da literatura popular. Penso que seja interessante a leitura de Jack, o Saltador porque, além de ser uma narrativa divertida, ela apresenta a sociedade da época de uma forma muito detalhada. O leitor se sente como um visitante no tempo, com a oportunidade de apreciar a sociedade vitoriana e suas peculiaridades.

Qual conselho você daria para aqueles que gostariam de se tornar tradutores? Além, claro, de dominar o idioma do qual pretendem traduzir.

Estar atento às manifestações culturais que cruzam nosso caminho. Muitas vezes o acaso nos apresenta ótimas histórias.

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